Esta citação feita pela a escritora Hanna Arendt
em um de seus livros¹, sintetiza a ideia da mesma de que os eventos da vida
precisam ser arranjados em uma história para podermos lidar com eles.
Mas como transformar então, eventos muitas vezes
doloridos e incompreensíveis como uma separação inesperada, a morte de alguém próximo, ou mesmo um impasse na vida profissional, em histórias? Como fazer
da dor e do sofrimento algo suportável e transitar por este momento no sentido
de torná-lo mais uma página da história de nossa vida?
No mundo de hoje cada vez menos encontramos espaço e tempo
para falar e compartilhar aspectos inerentes à nossa existência: nosso
cotidiano, as mudanças da vida, dificuldades, tristezas, alegrias, dúvidas,
medos, angústias, dores. No corre-corre dos dias de trabalho, tarefas, estudos,
deixamos de lado o cuidado com o que temos de mais precioso e único: nossa própria vida.
“Quando são inusitados e
inesperados, os acontecimentos provocam uma ruptura com o senso comum. Nosso
sofrimento começa, em geral, quando compreendemos as coisas de uma maneira
diferente da habitual, diferente daquela que compartilhávamos com os outros e
não temos repertório para identificar e sustentar essa nova compreensão. São
eventos para os quais não existe uma interpretação prévia, para os quais não estávamos preparados.(...) acontecimentos aos quais nos referimos em linguagem corriqueira, como se nos deixassem sem chão.”
(Dulce Critelli ²)
Quem nunca experimentou a sensação de estar sem chão ao viver
uma situação difícil na vida?
Sem terem para onde ir, sem sentido a seguir, a tristeza, o
luto, a dor, viram “depressão”. A falta de sentido da vida aparece como busca
desesperada de “não sei o quê” e muitas vezes recebe o nome de “ansiedade”.
Crianças crescem em apartamentos sem espaço para correr, exercitar-se, brincar,
chegam à escola e tornam-se “hiperativas”. Patologias dos nossos tempos?
Sofrimento e angústia perderam lugar (tempo e espaço) de
serem acolhidos, respeitados e cuidados. Por outro lado e encontraram espaços
nas medicações, nos diagnósticos psiquiátricos, fechando possibilidade de poder
ser, poder sentir, poder viver cada uma destas emoções. É claro que em alguns
casos o uso de medicações é necessário bem como o acompanhamento
multidisciplinar com médicos, acompanhantes terapêuticos, terapeutas
ocupacionais. Porém cabe lembrar que não adianta calar um sintoma, há que se
cuidar integramente da pessoa que está em sofrimento.
Muitas pessoas podem se beneficiam de acompanhamento
psicológico por um período em sua vida. Em momento difíceis, de transição ou de
crise, podemos necessitar de algum suporte, e não estamos necessariamente
doentes, por exemplo: término de relacionamento, luto pela perda de um ente
querido, dúvidas sobre a vida profissional, adaptação a uma situação nova como
a troca de cidade ou de emprego, dificuldades com familiares, timidez excessiva
e dificuldade em relacionar-se afetivamente.
Nesse sentido o atendimento psicológico pode auxiliar no
cuidado com estes momentos de crise oferecendo escuta clínica qualificada e,
assim, promovendo espaço para falar de si e poder transformar eventos difíceis
da vida em histórias, retomando, de um novo modo, o rumo de sua vida.
Caso você esteja passando por situações como estas, ou deseje
ter um espaço para cuidar-se, procure um bom profissional próximo à sua casa ou
trabalho e experimente um atendimento psicológico, pode ser um momento muito
importante para seu desenvolvimento pessoal. Dedique uma hora do seu tempo para
cuidar de seu bem estar emocional, com certeza todos os aspectos de sua vida se
beneficiarão de um novo olhar para si mesmo!
Nós da Clínica Jardins nos colocamos a disposição por e-mail,
telefone, e pessoalmente para tirar suas dúvidas e esclarecer melhor como
um psicólogo pode lhe ajudar!
¹ A Condição Humana, Hanna Arendt, 11ª edição ed. Forense
Universitária, 2010.
² História pessoal e o sentido da vida: historiobiografia,
Dulce Mara Critelli, EDUC: FAPESP, 2012.
0 comentários:
Postar um comentário